sábado, 6 de janeiro de 2024

Os Melhores Filmes de 2023

 O ano de 2023 mostrou uma linha cada vez mais fina entre os lançamentos no circuito comercial no Brasil. Hoje, muitos dos lançamentos não fazem mais um caminho tradicional de cinema/streaming e cada vez mais surgem sem nenhum alarde nos canais de aluguel. Isso dificulta muito a configuração dessa lista, que se baseia em lançamentos no país.

Com uma temporada de blockbusters decepcionantes, ainda restam alguns excelentes filmes lançados na temporada do verão americano que figuram nessa lista. Após muito tempo, os filmes de super-heróis saturaram e com uma exceção (Guardiões da Galáxia 3) todos foram muito abaixo da média.            

Já a temporada de Oscar resistiu pouco até o fechamento dessa lista, onde restam poucos filmes que foram lançados no começo do ano de forma retroativa.


Sem muita enrolação, esses são os meus filmes favoritos lançados no Brasil em 2023:

1 Assassinos da Lua das Flores

2 Os Fabelmans

3 Homem-Aranha Através do Aranhaverso

4 John Wick 4

5 O Assassino

6 Retratos Fantasmas

7 Clube da Luta para meninas (Bottoms)

8 Barbie

9 Godzilla: Minus One 

10 Air


Menções Honrosas: A Morte do Demônio: A Ascensão, Mato seco em chamas, Guardiões da Galáxia Volume 3, Oppenheimer, Wonka

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Os melhores filmes de 2022

2022 marcou a verdadeira retomada dos cinemas, com grandes bilheterias e as sessões presenciais voltando a se tornar hábito na vida de muitas pessoas. 

Logo no início do ano tivemos os lançamentos de filmes que fizeram seus lançamentos internacionais em 2021, mas só estrearam no Brasil no primeiro trimestre. Na minha lista dos 10 constam quatro títulos que fizeram essa trajetória.

Nos filmes de super-heróis tivemos uma grande surpresa com The Batman, porém todos os outros acabaram decepcionando de alguma forma.

Nos blockbusters um fenômeno de público e crítica, que dominou o circuito durante todo o verão americano. Tom Cruise canalizou seu ego e megalomania em uma sequência que ninguém pediu, mas que foi uma gratíssima surpresa com seu Top Gun: Maverick, que se sustentou até a temporada de premiações e não é absurdo constar na lista de Melhor Filme do Oscar.

O fim do ano reservou alguns filmes interessantes, que pegaram lugar no top e nas menções, porém logo no começo de 2023 alguns dos filmes mais aguardados da temporada de prêmios está por vir.


Segue abaixo a lista dos melhores filmes lançados no Brasil em 2022:

1- Licorice Pizza - Paul Thomas Anderson traz um filme de memórias com a melhor experiência de nostalgia do ano.

2-  Tudo em todo lugar ao mesmo tempo

3- Ilha Bergman

4-  A pior pessoa do mundo

5- Argentina 1985

6- The Batman

7- Madres Paralelas

8- Crimes do futuro

9- Não! Não Olhe! (Nope)

10- Avatar o Caminho da Água

Menções honrosas: Red Crescer é uma fera, Pinóquio de Del Toro, Top Gun: Maverick, RRR, Flee, Moonage Daydream e Aftersun.

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

2022 - o ano que rompi com o Neymar

Há quatro anos eu escrevi esse texto e por isso não vou explicar tudo o que sinto pela seleção.

Neymar é sem dúvidas a grande figura do futebol brasileiro na última década. Rodeado de expectativas, pedidos de convocação e cercado por jogadores medíocres que viveram o resto da carreira por causa daquele Santos de 2010. Entre a discussão sobre paradinha no pênalti, dancinhas e penteados, Neymar já é o astro da crônica esportiva do país.
Quando ele foi convocado pela primeira para a seleção, por Mano Menezes, o Brasil sentia a esperança de um novo melhor do mundo. Na estreia ele fez gol e começou uma jornada que vai ultrapassar Pelé em número de gols pela seleção.
Neymar conseguiu um feito quase impossível nos dias atuais: ser o astro da seleção jogando no Brasil. Inspirou hits musicais como "eu quero tchu, eu quero tcha", "ousadia e alegria", entre outros.
Foi comprado pelo Barcelona na maior transação da história do futebolista brasileiro, que depois se descobriu ser ainda maior do que a declarada.
Era o responsável por uma das maiores pressões da história do futebol, trazer o Hexa em casa para o Brasil. Na última vez que jogamos uma Copa aqui o trauma foi grande, mas 5 títulos depois somos a maior seleção do mundo e precisamos reafirmar nossa superioridade. O resultado todo mundo já sabe, uma lesão que por milímetros não deixa o jogador paraplégico e o 7 a 1 na semifinal. Talvez com ele em campo o Brasil nem ganhasse a partida, mas o psicológico seria outro e a derrota, com certeza, não seria de 7.

Primeiro jogo original que eu comprei


Em 2015, seu melhor ano, com a conquista da Champions pelo Barcelona e uma lesão de Messi no meio do ano que o tornou dono do time. A primeira indicação ao prêmio de melhor do mundo.

Em 2016, uma série de polêmicas, eliminações traumáticas na Copa América, chegada de Tite e Neymar se preparava para as Olimpíadas, um título menor para o futebol, mas que nunca havíamos ganhado. E o cara ganhou, com direito a gol na final e bater o pênalti decisivo em pleno Maracanã.

Quando ele decidiu comprar a ideia do playground do sheik eu comprei também, tenho camisa, regata e até moletom do PSG, um time que comprou sua grandeza. Eu defendia até esse tipo de atitude. Ali ele teria sua segunda indicação ao prêmio de melhor do mundo, ficando em 3°.
Em 2018 foi a primeira vez que perdemos um título com Neymar em campo e ele jogou bem, mesmo virando chacota no mundo todo por "cair demais", quando foi registrado que ele era o jogador que mais sofria faltas no mundo. As críticas eram de que ele era o culpado por sofrer faltas, o que é uma loucura. Neymar se comportou como um derrotado ao não falar nada depois da eliminação e surgir com uma publicidade pedindo desculpas. Ato patético.


Acusação de estupro, lesão providencial pré-Copa América de 2019 e uma série de polêmicas cercaram o jogador. Eu quase desisti dele na acusação, mas fiquei aliviado quando os processos o absolveram, porque ninguém gosta que seu ídolo cometa um daqueles crimes imperdoáveis.
Neymar chega na final da Champions pelo PSG e acaba perdendo no ano da pandemia. Ali foi o mais próximo que ele chegou de ser o melhor do mundo, porque foi contemporâneo de dois dos maiores de todos os tempos, claramente o terceiro melhor nesse período.
Eis que chega 2022, ano de Copa, onde eu compro camisa da seleção com o nome dele, tenho uma alta expectativa e finalmente Neymar faz algo que me desconecta dele. Eu sempre o defendi, porque Neymar é o moleque que mesmo sendo bilionário leva caixinha de som estourando funk, joga videogame, aproveita a vida tal qual um moleque da minha idade e é reflexo de milhões de jovens da periferia que tem nele um espelho, um alvo para acertar. Muitas das críticas feitas ao jogador carregavam um traço de racismo latente. Com frases como "olha esse cabelo, tem que parar e jogar bola", "tatuagem de cadeia", "Neymar é malandro e o Ganso e menino certo".


Mas Neymar se desconectou com a realidade e apoiou um presidente desumano. Não foram poucos os flertes com Bolsonaro durante os últimos anos, desde uma saudação ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao qual ele chamou de Bibi. O silêncio perante a escolha da Copa América no país em 2021.
Eu não espero uma consciência/posição política de um militante vindo de um jogador de futebol, mas Neymar passou a barreira do apoio, que havia dado a Aécio em 2014, mas fez campanha em live com o excrementíssimo Jair Borsalino.
Entre meu povo e Neymar, existem prioridades humanas que devem estar sempre na frente.
Quando temos LeBron James, Lewis Hamilton e Sadio Mané, não podemos nos contentar em fechar os olhos e passar pano mais uma vez para quem fez campanha para o pior presidente da história.
A minha torcida pela seleção se mantém a mesma, mesmo com ou o roubo da camisa. A diferença é que se o Brasil não precisar de Neymar eu vou ficar mais feliz.


sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Os melhores filmes de 2021

 Mais um ano chega ao fim e mais uma listinha de melhores lançamentos no Brasil. Dessa vez um ano de reconstrução, de volta aos cinemas e que apesar de todas as dificuldades, há uma boa dose de esperança para 2022.


Vacina no braço, reabertura das salas com cuidados e muitos lançamentos direto para o streaming. Em 2021 os grandes eventos audiovisuais se focaram em séries e minisséries, como Ted Lasso, Succession e Get Back, ao mesmo tempo em que muitos blockbusters levaram o público aos cinemas em busca da experiência inigualável de ver filmes na tela grande.

Como todos os anos eu saliento, essa lista consiste nos melhores lançamentos no Brasil. Isso permite que eu tenha um maior controle e possa ter assistido os filmes de maneira legal. Alguns lançamentos do próximo ano, como Titane, Drive My Car e Belfast já vazaram na internet, mas ficarão como candidatos para a lista de 2022.


Vamos lá!

 


1)   1) Minari

Meu filme favorito da última temporada do Oscar, com uma atução cativante de Steven Yeun e a desconstrução do sonho americano.

2)    2) Duna

O grande blockbuster do ano, com uma das experiências cinematográficas mais especiais. O final abrupto pode ter deixado muitas pessoas decepcionadas, mas ao se considerar o livro eu achei perfeito o momento do corte.

3)    3) Justiça Brutal

Não se deixe enganar pelo título genérico, esse filme foi originalmente lançado em 2019 com o nome de Dragged Across Concrete, porém só foi lançado no Brasil em 2021 diretamente no catálogo do Prime Vídeo.

4)    4) First Cow

Presente em muitas listas de melhor do ano de 2020, forte candidato ao Oscar da temporada passada também só teve lançamento oficial no Brasil em 2021 e na revisita cresceu muito

5)    5) Judas e o Messias Negro

Uma das histórias mais poderosas do ano, com a melhor atuação masculina do ano. Daniel Kaluuya conduz esse filmaço

6)    6) Família Mitchell e a revolta das máquinas

A melhor animação do ano, com muitas inovações e um ritmo insano, com certeza vai ser um novo parâmetro para as animações do estúdio Sony.

7)    7) Matrix Ressurrections

Uma crítica e autoparódia em forma de enredo, isso é Matrix Ressurrections. Um filme que vai ter críticas divididas, porém isso é padrão para a carreira de Lana Wachowski.

8)    8) Luca

O filme mais doce de 2021, lindo e até certo ponto ingênuo, porém transmite a aura da Pixar do começo ao fim

9)    9) Deserto Particular

A escolha do Brasil para o Oscar é um filme muito bonito sobre autodescobertas. O diretor Aly Muritiba atinge seu auge em um romance improvável no melhor lançamento nacional do ano.

110) Maligno

O filme de terror mais divertido do ano, com uma reunião de vários gêneros e com inúmeros plot twists. Maligno é uma carta de amor ao cinema de horror.

 

Menções honrosas: "Ataque dos Cães", “L’abordagge”, “Meu Pai”, “Annette”, “Cry Macho”, “Homem-Aranha Sem volta para casa”, “Zeros e Uns”, "Turma da Mônica: Lições".

Clique AQUI para ver as listas dos anos anteriores.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Os melhores filmes de 2020

2020 foi definitivamente o pior ano da história dos 125 anos de cinema. Nem em guerras mundiais ou outras pandemias passamos tanto tempo fora das salas escuras com telas gigantes. Com o adiamento de alguns dos principais títulos, o catálogo de lançamentos do ano no Brasil ficará marcado para a história como um dos mais esvaziados de todos os tempos, porém a minha lista dos 10 melhores não deve em nada aos outros anos anteriores.

Sem grandes blockbusters, tive mais espaço para acompanhar documentários e outros formatos, coisa que sempre passou abaixo do radar. Entre menções honrosas e indicações do top há três documentários e até um espetáculo musical transformado em filme.

Daveed Diggs é uma das estrelas que "Hamilton" revelou para o mundo.

Há também muitos lançamentos que no resto do mundo foram em 2019, em um mundo muito menos complicado e que dá muita saudade. A temporada do Oscar reservou algumas obras que permaneceram na lista até o fim do ano. “O Farol”, “Retrato de uma jovem em chamas” e “Joias Brutas”, por exemplo, foram lançados em janeiro de 2020, mas entram na lista, pois aqui o foco é em lançamentos no Brasil.

O streaming foi a forma que os grandes distribuidores conseguiram liberar seu conteúdo, ao total, dos 10 citados no top, oito foram diretamente para plataformas online. Temos a estreia definitiva do Disney + e da Apple Tv+ na lista e a consolidação da Netflix e Amazon Prime.

2020 foi o ano que mudou para sempre a distribuição do cinema.


Entre as decepções estão "Mank" e “Tenet”, o filme que iria salvar o cinema, falhou na missão e acabou nem entrando nas menções.

Por incrível que pareça, lançar "Tenet" no cinema decretou que a Warner lance tudo no streaming...

Confira abaixo os meus 10 filmes favoritos de 2020:

(Hors concours) "Hamilton"

Talvez o maior evento audiovisual de 2020, lançado originalmente no Disney +. Muito se discute se é um filme ou um especial, mas para mim isso não importa, pois é a grande obra do ano. Deixo ele aqui como Hors concours justamente pela discussão.

 1) "Joias Brutas"

Os irmãos Safdie fazem seu melhor filme, com uma das melhores performances de Adam Sandler na carreira. Empolgante, maluco e 100% maravilhoso.

2) "Soul"

A Pixar quando quer é o estúdio mais perto do infalível no mundo. Soul poderia ser um filme sobre morte, mas é sobre como você deve aproveitar a sua vida. Lindo demais.

3) "Emicida: Amar Elo - É Tudo pra ontem"

O retrato definitivo sobre a negritude na cultura brasileira. Acima de um documentário muito bem produzido, o storytelling aqui é um exemplo de como a arte é poderosa. Obrigatório para todo mundo.

4) "Destacamento Blood"

Spike Lee apresenta a melhor aventura de 2020, com uma infinidade de referências e críticas sociais acerca do que os fantasmas do passado podem afetar o seu presente.

5) "O Farol"

Uma obra que te dará muito mais dúvidas do que respostas, feita com tanto esmero que parece ser construída para virar peça de museu. De quebra, Pattinson e Dafoe entregam duas das melhores atuações dos últimos tempos.

6) "Retrato de uma jovem em chamas"

Doce e apaixonante. O filme que mais aqueceu os corações nesse ano é uma das obras que melhor retratam o processo da paixão até chegar em um amor marcante. Lindo demais.

7) "O Diabo de cada dia"

Ao contrário do anterior, aqui nada de bom acontece, um dos filmes mais pessimistas em um ano tão difícil, mostrando que a maldade está enraizada nos interiores geográficos e biológicos.

8) "Borat 2"

Definitivamente não é um humor para todo mundo, mas inacreditavelmente Sacha Baron Cohen entrega uma das obras mais políticas e importantes no fim da era-Trump. Aqui é escancarada toda a escrotidão que vivemos em tempos tão sombrios e revela ao mundo a incrível Maria Bakalova.

9) O som do silêncio

Uma das melhores atuações do ano e um dos grandes trabalhos sonoros já feitos na história recente. Aqui tudo funciona de maneira muito surpreendente. Poderia estar acima se tivesse me tocado mais.

10) "On the rocks"

Infelizmente um dos filmes mais subestimados de Sofia Coppola, mas é um feel good movie que poderia durar horas e horas e eu não iria reclamar. Bill Murray e Rashida Jones entregam uma química incrível e leve, tudo o que eu precisava quando esse filme chegou.

Menções honrosas: “O Caso Richard Jewell”, “O Homem Invisível”, “As mortes de Dick Johnson”, "Nunca, raramente, às vezes, sempre", “Boys State”, “Os 7 de Chicago”, “Martin Eden”, “Uncle Frank”.

Para ver as listas dos anos anteriores clique AQUI

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Os melhores filmes de 2019

Mais um ano chega ao fim e mais uma lista de top 10 lançamentos no Brasil. De maneira geral 2019 foi um ano muito bom para o cinema, com muitos filmes diferentes e surpreendentes chegando ao circuito.

Vou falar primeiro dos blockbusters, que de maneira geral acabaram decepcionando, mas tiveram um grande representante, “Vingadores: Ultimato” cumpriu o que prometeu e de quebra ainda garantiu a maior bilheteria da história. Por outro lado, as adaptações em live-action da Disney não tiveram o mesmo sucesso de crítica, como é o caso dos fraquíssimos “Dumbo” e “Malévola 2”, além do mediano “O Rei Leão”, que por si só já é uma decepção gigantesca. Ao final do ano o live-action com menos expectativas foi o que se saiu melhor: “Aladdin” superou a barreira do bilhão e revitalizou o nome de Will Smith.


Poucos filmes da temporada do Oscar foram dignos de nota, infelizmente. “A Favorita” é o que ainda permaneceu na lista do top 10 até o fim do ano.

Interessante notar que os meus outros favoritos foram lançados de maneira bem distribuída ao longo do ano, com “Rocketman” em junho, “Era Uma Vez em Hollywood” em agosto, “Parasita” e “O Irlandês” em novembro. Foi bom ter pelo menos um grande filme por mês para ver nos cinemas.
Há alguns filmes que ficaram fora do top 10 por gosto pessoal, como “Coringa” e “Bacurau”, que estão presentes em muitas listas, mas não me agradaram tanto assim, posso escrever mais sobre esses filmes no futuro.

Entre os filmes que não entraram na lista pois serão lançados em 2020, a ausência mais sentida é de “O Farol”, que chega nos cinemas nacionais apenas dia 2 de janeiro.

Vamos lá, o meu top 10 de lançamentos no Brasil em 2019 é:
(hour concours) Homem-Aranha no Aranhaverso é sem dúvidas o meu filme favorito que foi lançado nesse ano, porém eu acabei vendo ele no fim de 2018.


1 O Irlandês: Martin Scorsese trouxe uma das maiores experiências cinematográficas que eu tive na vida, sensacional.



2 Parasita: O cinema sul-coreano é um dos maiores expoentes dos últimos anos e Parasita é o auge dessa toada. Só não está mais acima da lista porque meu diretor favorito lançou seu melhor filme em 30 anos, mas é um filmaço que poderia estar tranquilamente em primeiro.


3 Nós: O melhor terror do ano, que infelizmente foi esquecido ao longo do tempo, mas é um excelente exemplar de um dos meus gêneros favoritos.

4 Rocket Man: Assim como “Nós” é o melhor terror do ano, “Rocketman” é o melhor musical do ano e merece estar na lista apenas por ser um milhão de vezes mais filme que “Bohemian Rhapsody”.

5 Uma História de Casamento: Que filmaço! Ritmo, atuações, roteiro, direção, tudo funcionando de maneira perfeita. Um dos meus favoritos para a temporada de premiações.



6 Era Uma Vez em...Hollywood: Eu poderia ficar nesse universo de Tarantino por quantas horas fosse necessário. A cena final é uma das maiores catarses do ano e a trilha é um dos álbuns que eu ouvi sem parar.

7 A Favorita: O único remanescente da temporada do Oscar. Apresenta uma visão completamente nova da nobreza inglesa e por isso está aqui.

8 Midsommar: O filme mais incômodo do ano! Que obra perturbadora, do jeito que um amante de filmes de terror gosta.

9 Ford V Ferrari: Não estava na lista até a última revisão e que grande pena eu não ter visto nos cinemas um filme tão empolgante como esse. Se junta a Rush como um dos melhores filmes sobre automobilismo já feitos.

10 Maus Momentos no El Royale: Por ter sido lançado bem no início do ano esse filme acabou sendo esquecido, mas não deveria. Cheio de tramas e personagens interessantes o filme tem grandes reviravoltas e é quase como um “8 odiados” versão anos 1960.

Menções: "Vingadores: Ultimato" - o melhor blockbuster do ano, disparado!
"A Vida Invisível" - o melhor filme nacional lançado na ano, justifica todos os prêmios recebidos, filmaço.
"Dor e Glória" - fantástico!
 "Toy Story 4", "Poderia me perdoar?", "Suspíria", "Dois Papas" e "Entre Facas e Segredos".

domingo, 17 de novembro de 2019

The Irishman – Uma carta de despedida?

Ao assistir The Irishman vários pensamentos passaram pela minha cabeça em relação às escolhas de Scorsese para o filme. Por que usar o rejuvenescimento digital ao invés de escalar novos atores? Por que 3:30h de duração? Por que o mesmo tema novamente?
Tudo isso é respondido, mesmo que de forma interpretativa.

The Irishman conta a história de Frank Sheeran (Robert DeNiro), motorista de caminhão, veterano da II Guerra Mundial que acaba se envolvendo com a máfia para ganhar um dinheiro a mais. Durante essa relação, Sheeran desenvolve uma amizade com Russel Bufalino (Joe Pesci) e por uma escalada de acontecimentos, acaba se tornando próximo do presidente do sindicato dos caminhoneiros dos EUA, Jimmy Hoffa (Al Pacino).



A construção desse filme parte de uma perda progressiva dos limites morais conforme as situações pedem. Se Sheeran começou nos mundo do crime roubando carne, não demora muito para explodir carros e matar pessoas, tudo muito bem construído com tempo. Isso o filme tem de sobra, desenvolve tão bem cada aresta das relações de poder e entre os personagens que o ritmo não cai. As mais de 3 horas de filme são muito justificadas quando todas as cenas possuem uma função, até mesmo para cadenciar o ritmo. Um dos elementos que não deixam acontecer essa queda é a câmera sempre em movimento, acompanhada da trilha, que quando não toca faz muita falta, dando peso para a cena onde é omitida.

As relações de máfia aqui são tão pé no chão que nenhuma cena mirabolante de ação é passada, os tiros são secos, agridem o ouvido do espectador e em nenhum momento usadas para entreter. Há apenas uma sequência que há uma escalada no confronto, mas de resto a batida é agressiva e dolorosa, difícil de ver.
Scorsese pode até mostrar um império sendo construído de maneira que alguns podem querer participar, mas sempre deixa bem claro que os bandidos não se dão bem no final. 
Todos os mafiosos mostrados no filme, quando apresentados  possuem uma ficha de como e quando sofreram uma morte violenta. Os próprios protagonistas chegam em um ponto da vida que o que fazem deixa de ser glamoroso e se torna triste. Todos que cometem crimes perecem de maneira melancólica e solitária, muito diferente da visão trazida em "Coringa", por exemplo, que após cometer crimes o personagem é exaltado.



O filme soa como uma despedida, onde os homens que comandavam o mundo passam a envelhecer e se tornam esquecidos. Uma das cenas mais tocantes do filme é quando Bufalino não consegue mais comer pão com vinho porque não tem mais dentes fortes. Se este for o último filme de Scorsese (tomara que não seja) ele terá se despedido de uma maneira que comenta sua própria vida entorno dos personagens. As auto-referências não são pedantes ou uma mera piscada para o público, mas sim algo que Scorsese gostaria de adicionar ao seu legado, se em outros tempos o crime organizado é retratado de maneira opulenta, aqui é uma classe baixa e suja, que não arma grande planos para tirar alguém do caminho, simplesmente faz.



É aqui que entra a justificativa para o uso da tecnologia de rejuvenescimento. Você precisa ver De Niro e Pesci jovens para que quando olhe para eles velhos sinta o peso do tempo, se fossem outros atores ali não teria o mesmo impacto.
Scorsese lança um de seus melhores filmes da carreira, com 76 anos o maior diretor vivo entrega uma obra definitiva que resume tudo o que já fez em sua filmografia.