quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Análise Informal: Spotlight:Segredos Revelados

Por que análise informal e não Resenha?

Acho que ainda não tenho um nível profundo de análise para construir uma resenha complexa, portanto prefiro escrever somente o que eu achei de um filme.
Em aquecimento para o Oscar 2016 farei análises informais sobre os 8 indicados à Melhor Filme e aos indicados a melhor roteiro original.
O primeiro filme que eu falei foi Mad Max: Estrada da Fúria, lá na época do lançamento, clique  AQUI
O segundo filme que irei falar é: "Spotlight - Segredos Revelados".
O filme conta a história de como a equipe Spotlight do jornal Boston Globe desvendou uma série de casos de pedofilia cometidos por padres na região e acobertados pelas autoridades religiosas. Este é o primeiro ponto que eu gostaria de tocar, o filme é literal em dizer que o problema não é a religião e sim o sistema que ela está inserida, uma das frases que eu mais escutei e independe do credo de cada um é: “Deus é perfeito, mas a religião é feita de homem, que por sua vez são cheios de falhas”.
Este é um dos maiores méritos do filme, que precisa muito do brilhantismo da direção de Tom McCarthy, que em momento algum coloca em tela objetos sacrais que podem levar a interpretação de mal gosto de alguém procurando por polêmicas bobas. Nem por isso o filme escapa de polêmicas, é asqueroso que alguém defenda coisas mostradas nesse filme.
(Foto: Divulgação)

Mas voltando para o filme em si, os atores estão excelentes, com destaque para Mark Ruffalo, que interpreta o jornalista Mike Rezendes, ele é o mais revoltado de todos na equipe e é uma voz do público sobre os acontecimentos. Um exemplo de coragem jornalística, com frases que só fazem a situação ficar mais difícil do que já é.
Destaque também para a intérprete da jornalista Sacha Pfeiffer, Rachel McAdms, que é conhecida por comédias românticas, mas que em 2015 estrelou “True Detective” e fez uma grande atuação em “Spotlight”,rendendo a ela a primeira indicação ao Oscar da carreira.
Outros atores também estão muito bem, como Michael Keaton, vivendo Walter ‘Robby’ Robinson, um dos representantes do jornal, e também John Slaterry, que faz Ben Bredlee Jr., uma visão de chefe da redação que tenta dimensionar o tamanho do impacto de tal reportagem.
O filme levou merecidamente o SAG de melhor elenco (Foto: Divulgação)

Além dos atores, o roteiro de investigação jornalística mostra um exemplo de como buscar dados, entrevistar vítimas e acusados, de maneira quase utópica, mas que dá esperança por ser uma história baseada em fatos reais.
Retorno mais uma vez para a direção de Tom McCarthy, que apresenta outro elemento que particularmente achei muito importante e com tons de brilhantismo.
Todas as pequenas descobertas, todas as pequenas denúncias que foram ignoradas no passado, qualquer nova pista que possa levar até algo maior é tratada de maneira fantástica, você realmente se importa e fica nervoso em alguns momentos por ver que as pessoas não se interessavam por algo tão importante e que muitos casos poderiam ter sido evitados.
Tom McCarthy foi indicado ao Oscar pelo excelente trabalho (Foto:OPEN ROAD FILMS)

Cenas de extrema leveza são cortadas pelo contexto que o filme apresenta, nunca imaginei que poderia sentir um embrulho no estômago ao ver um doce coral de natal.
Como obra cinematográfica “Spotlight” apresenta um roteiro difícil, não é um filme para passar o tempo, ao mesmo tempo em que faz pensar e que faz refletir sobre como isso deve acontecer em muitos lugares diferentes.Ao fim do filme uma lista de cidades aparece como local no qual aconteceram casos semelhantes e o Brasil aparece entre esses locais. Um filmaço que deve ser visto por todos que gostam de jornalismo e também aos que acreditam que a verdade pode prevalecer. 

Confira abaixo o trailer legendado:

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