terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Análise Informal: Manchester à Beira-Mar

Mais uma análise muleque de um dos indicados à Melhor Filme no Oscar 2017. O grande Manchester à Beira Mar. Dirigido por Kenneth Lonergan o filme se envolveu em uma série de polêmicas após denúncias de abuso cometido por Casey Affleck há alguns anos atrás com assistentes e produtoras quando ele dirigiu o falso documentário "I'm Still Here".
É difícil abstrair a obra de um artista, mas é o que eu tento fazer sempre que vejo um filme, livro, série, hq, etc.



O filme conta a história do zelador Lee Chandler (Affleck), que tem que voltar para a pequena cidade de Manchester para cuidar do sobrinho Patrick (Lucas Hedges) depois que o seu irmão (Kyle Chandler) morre. A principal mensagem desse filme é como nós lidamos com as nossas cagadas do passado, nesse caso um erro que persegue o personagem por toda a sua vida. A visão de que o mundo te julga e as pessoas não vão parar para refletir e pensar no real motivo de um erro alheio.
Sem querer dar spoiler, mas imagine a pior coisa que você pode fazer, adicione isso ao fator de que tudo foi acidental e se você tivesse tomado cuidado com pequenos detalhes isso jamais teria acontecido. Esse é o peso que Lee Chandler tem que lidar, por isso a atuação de Affleck é tão impressionante, uma pessoa amargurada que sofre a cada momento que precisa ter uma interação social.
A direção de Kenneth Lonergan não apenas traz todo o potencial do protagonista, mas de todo o seu elenco. Michele Williams interpreta a ex-mulher de Lee e em apenas 3 cenas quebram a compostura de qualquer um. Além dela e de Affleck, Lucas Hedges conseguiu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante ao fazer um adolescente que não sabe como lidar com a morte do pai, tentando em todos os momentos apresentar uma imagem de felicidade e tranquilidade.

A direção de atores é o principal trabalho de Lonergan neste filme

O maior problema para quem assiste é o ritmo, o diretor não tem pretensão nenhuma de fazer um filme acelerado com cenas fortes em todos os momentos, os detalhes são essenciais para a construção das relações e o desenvolvimento do filme.
Como disse lé no começo, se você conseguir abstrair a obra do artista assistirá um grande filme com atuações enormes e uma discussão muito interessante sobre o que é o perdão e sobre o mundo ao redor com dilemas internos e discussões pessoais.

Assista o trailer abaixo:


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